"Erzsébet" - Uma condessa e assassina.

Era o final do ano de 1608. Como a maioria dos camponeses, era como se eu não tivesse um nome. Tendo nossos “Senhores” ou não, não nos era permitido quase nada. Éramos como cópias uns dos outros, e o que interessava à nobreza, era o trabalho, e nosso silencio em relação ao que era suficientemente importante.

Nesta difícil vida de um simplório, vivenciei muitos atos criminosos, demasiadamente cruéis, mas nada se comparava ao que ela se permitia conceber...

Eu não poderia imaginar o horror que se escondia por trás daquele castelo maldito... Uma criatura tão bela, só poderia mesmo ter sido obra do Demônio.

Eu não passava de um camponês faminto naquela época, procurando algum trabalho que saciasse minha fome, tinha apenas 24 anos, e era sozinho quando cheguei à cidade de Vishine, palco de meu mais inebriante pesadelo que ainda estava por vir...

Andava por todas as ruas principais, vielas e até os becos mais imundos, em busca de um trabalho que me valesse um prato de comida e um banho, mas era em vão. Não havia nada que um jovem inexperiente como eu podia fazer, a não ser serviços em que era preciso um corpo razoavelmente belo, o que, definitivamente, não era o meu caso...

Perambulei por dois dias pela cidade comendo lixo, e dormindo ao relento até um dia nos arredores de um covil onde podia me aquecer durante a fria madrugada junto a um cão dócil, pertencente a alguém que vivia por ali, um homem num cavalo vestindo uma capa negra me fazia um convite tentador. “Um abrigo, comida e um banho... Se aceitar o que irei lhe propor.” Aquilo era mais do que eu podia esperar naquela cidade amarga! Num salto me encontrava a meia altura entre o homem e o cavalo me prontificando a qualquer ordem, não era necessário palavra. Pouco menos de uma hora depois eu estaria diante do que mais tarde eu consideraria os Portões do Inferno, guiado por uma de suas criações malévolas. “O Castelo Cachtice”.

Era lá, a morada do mais infame Súcubo, a Condessa Erzsebet Báthory, e de sua fiel companheira de atrocidades, Anna Darvulia.

Logo na entrada para servos, que se encontrava na parte lateral do castelo, havia uma jovem com o rosto mutilado, com um corte que lhe cegava um olho e no decorrer de seu comprimento deformava-lhe a boca, limpando o chão. Aquilo me perturbou o suficiente para arrepiar os pêlos de minha nuca!

Fui conduzido a uma pequena cela com uma bacia cheia de água limpa, e uma cama, com um generoso pedaço de pão em cima. Após devora-lo, banhei-me, e pus-me a dormir, certo de que seria despertado antes do sol, e assim o foi.

Minha primeira ordem foi a limpeza dos estábulos, e de recolhimento de qualquer repugnância dos quartos do castelo. Alguns aposentos me deixaram curioso por dois dias, pois sempre se encontravam sujos de sangue. Imaginei ser ali onde eram sacrificados os porcos, apesar de não detectar motivos para ser feita tal coisa no interior do castelo.

Minha curiosidade alcançou um patamar, em que não pude mais suportar. Foi então que resolvi me arriscar falando, o que era estritamente proibido, salvo quando lhe perguntassem algo, este era um privilégio de poucos no interior daquelas paredes que pareciam afastar as pessoas.

Na primeira oportunidade, lancei-me à frente de uma serva, uma senhora de uns 40 anos, numa estúpida tentativa sanar minhas dúvidas, consegui sim, foi um escândalo, liberado pelo susto que causei em minha ânsia imbecil, num momento silencioso que se transformava em gritos de palavras mal formadas e sem sentido, que saíam daquela boca arreganhada, que chamou minha atenção respondendo ao menos uma de minhas dúvidas, mesmo que tenha sido adquirida há pouco. O porquê de a senhora berrar aos quatro ventos palavras mal formadas devia-se ao fato de não haver mais nenhuma língua dentro daquela boca! Foi assim que consegui minha primeira resposta sobre aqueles quartos manchados até o teto de sangue.

Acordei amarrado nu em uma mesa pelos quatro membros, formando um “Homem Vitruviano”, com uma senhora elegante me observando como se eu fosse uma presa. E eu era de fato.

A dama se aproximou e disse: “Meu nome é Anna Darvulia, e você será a diversão da noite”.Com uma lamina afiada ela raspou minhas partes íntimas e axilas, em seguida introziu-me algo frio e liso, o que provocou muito desconforto e dor. Senti-me desfalecer novamente, e acordei momentos depois com a figura de uma outra mulher sentada sobre mim de costas para meus olhos, se contorcendo como uma maldita cobra, e dando risinhos estridentes, quando de repente num salto se virou para mim revelando-se uma bela mulher segurando e lambendo o que parecia ser o que antes me penetrava, enquanto empinava as ancas em um tremor de êxtase. A tal Anna Darvulia surgiu então por de trás, com o rosto todo lambuzado cintilando na pouca luz, e tomando o objeto de suas mãos e voltando a me penetrar com ele, só que com mais força causando uma dor intensa, da qual não imaginava ser possível, enquanto aquela que mais tarde descobriria se tratar da Condessa Erzsebet Báthory mordia violentamente meus mamilos até que os fez sangrar! Desta vez o desmaio me deixou nas trevas pelo o resto da noite, mas o estado de meu corpo no dia seguinte indicava que aquela loucura continuou noite afora...

No calabouço em que despertei no dia seguinte, permaneci imóvel por um tempo temendo constatar o que era obvio, que meu corpo nunca mais seria o mesmo. Mais tarde eu sabia que toda aquela terrível experiência iria se repetir, tomado pelo pânico comecei a repetir palavras sem nexo, o que atraiu a atenção de um guarda fazendo-o praguejar e cuspir sobre meu rosto perplexo.

Emfim chegou a tão temida noite, e como o previsto os guardas me levaram até uma sala diferente da do dia anterior, onde uma linda jovem, ainda com seus 16 ou 17 anos estava amarrada na posição em que antes eu me encontrava, com a boca silenciada por trapos. A dor em meu corpo era quase insuportável, mas doía-me mais imaginar o destino daquela pobre moça, e o que nos esperava para aquela noite. Os guardas acorrentaram-me na parede logo à frente da mesa que trancava a moça de vestido branco que não parecia como os das servas. Era um belo vestido com detalhes em marfim, logo percebi que não se tratava de uma moça comum.

Não demorou muito para aquela figura demoníaca surgir furtivamente das sombras junto à porta, me olhando com os olhos em fogo, como se fosse um diabo dos infernos amaldiçoando um anjo! Ela se aproximou mais e mais, me fazendo murchar para trás enquanto a menina nos contemplava aterrorizada. Por fim disse:

“Maldito! Que doenças esconde nesse corpo imundo? Como ousa infectar Anna com tais podridões? Tens idéia do que fez? Agora terei de me purificar e depois, verei o faço com essa sua carne suja!”

Para minha sorte, não ousou tocar em minha carne, a mesma carne que antes mordia com voracidade, agora parecia exercer nela um nojo extremo.

Observei mudo enquanto ela cortava com uma navalha, o vestido da jovem, do busto para a bainha em movimentos lentos e retos, mas sem tocar a pele. Logo a jovem se encontrava nua, numa tremedeira descontrolada, suando frio e gemendo de medo. Eu, no entanto permanecia calado e imóvel, observando catatônico. Foi então que a Condessa num impulso de ira apanhou uma das tochas que iluminava de forma precária aquele ambiente doentio e ateou fogo nos pêlos pubianos da jovem, fazendo-a grunhir e contorcer-se de dor, provocando aquele riso macabro que prosseguiu por minhas entranhas e dilacerou minha sanidade!

A jovem ainda se sacudia quando a Condessa cortou com a navalha as suas virilhas, e decepou suas mamas recém formadas, fazendo o sangue escorrer sem espirrar por um buraco no centro da mesa que era captado por uma bacia que se encontrava em baixo da mesma. Após alguns minutos de agonia, a moça finalmente morreu, e a Condessa já despida começou a banhar-se com o sangue da moça enquanto pronunciava blasfêmias entre um riso e outro, num ritual extremamente assustador! Acabou por desmaiar em total êxtase sobre o chão de pedra lavado de sangue.

Fui mantido prisioneiro por um tempo, até que a Coroa, visando tomar as terras de Báthory devido a dividas de seu marido, há muito falecido, iniciou investigações sobre o assassinato daquela jovem, a qual havia supostamente cometido suicídio, e de outros, levando assim à sua condenação em dezembro de 1610 e a prisão perpétua, chegando ao seu merecido fim em 21 de agosto de 1614, sobrevivendo somente me meus pesadelos pelo resto de minha vida. Autor: Doriangraydead

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1 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom, também estou postando sobre Erzsébeth Báthory em meu blog e outros componentes da Incrível história da minha Condessa de Sangue.
Me diverti muito lendo, obrigada por postar esta incrivel história.

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